345 peregrinos morrem perto de Meca

Pelo menos 345 peregrinos muçulmanos morreram pisoteados em um tumulto nesta quinta-feira durante um ritual de apedrejamento que faz parte do Hajj, a peregrinação anual a locais sagrados do Islamismo na Arábia Saudita.
Outras 300 pessoas ficaram feridas, de acordo com o Ministério do Interior saudita.
As mortes ocorreram no Vale de Mina, a leste da cidade de Meca. Uma correspondente que estava acompanhando o ritual disse que viu dezenas de corpos alinhados no chão, cobertos com lençóis brancos.
A confusão aconteceu na ponte Jamarat. Segundo um porta-voz do Ministério do Interior, o corre-corre começou quando algumas malas caíram de um ônibus que passavam na entrada da ponte. Peregrinos então tropeçaram nas malas e a multidão saiu do controle.
"Vi as pessoas caminhando e, de repente, escutei choro, gritos, lamentações. Olhei ao redor e vi pessoas empilhadas. Eles começaram a retirar pessoas mortas da multidão", contou à agência de notícias Associated Press o lixeiro indiano Abdullah Pulig, que testemunhou o episódio.
Recorrência
Ambulâncias e carros de polícia se dirigiram rapidamente ao local, enquanto militares tentavam alterar a rota da multidão para evitar que mais pessoas chegassem à ponte.
No passado tumultos marcaram este ritual, realizado no último dia da peregrinação.
Neste ano, as autoridades construíram barreiras e mobilizaram dezenas de milhares de pessoas para controlar o fluxo de peregrinos e melhorar a segurança.
Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas participavam da cerimônia, em que peregrinos atiram pedras em pilares que representam o lugar onde o diabo apareceu para Abraão.
Em 2004, mais de 200 peregrinos morreram pisoteados durante a mesma cerimônia.
Em 1990, o número de vítimas pisoteadas chegou a 1426.