4/25/2006

Israel lançará novo satélite capaz de espionar Irã

Por Ori Lewis
JERUSALÉM (Reuters) - Israel deve lançar na terça-feira um satélite para a obtenção de imagens altamente precisas que melhorará sua capacidade de vigiar o Irã, afirmou o jornal Yedioth Ahronoth.
O ministro da Defesa israelense, Shaul Mofaz, disse nesta semana que o programa nuclear desenvolvido pelos iranianos é a ameaça mais séria enfrentada pelos judeus desde o Holocausto nazista.
"As capacidades do satélite falam por si mesmas. Eu não preciso falar nada sobre a finalidade para a qual ele pode ser usado", afirmou à Reuters Shimon Eckhaus, presidente-executivo da empresa ImageSat International, responsável pela fabricação do aparelho.
O satélite Eros B possui uma câmera capaz de identificar objetos no solo de até 70 centímetros de largura, afirmou o jornal. Eckhaus confirmou para a Reuters o conteúdo da matéria.
Segundo o Yedioth Ahronoth, o Eros B funcionará junto com uma versão anterior do mesmo satélite, lançada em dezembro de 2000. Os dois foram projetados para ajudar o satélite espião de Israel Ofek 5, que passa regularmente sobre os países árabes.
A reportagem disse que o Estado judaico pretende lançar outro satélite com a capacidade de ver objetos em todas as condições meteorológicas e na escuridão. Os satélites Eros trabalham apenas com a luz do dia e com boas condições de visibilidade.
O lançamento acontece em um período de muita tensão devido ao programa nuclear iraniano.
Os EUA acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares e recusaram-se a descartar a opção militar caso fracassem os esforços diplomáticos para limitar as ambições atômicas do país islâmico. O Irã diz que seu programa nuclear é pacífico e visa apenas à produção de eletricidade.
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4/21/2006

Rússia recusa encerrar cooperação com o Irã

MOSCOU - A Rússia rejeitou nesta quinta-feira os pedidos dos Estados Unidos para que Moscou encerre a cooperação com o Irã na construção da usina nuclear de Bushehr. O porta-voz do Ministério do Exterior russo, Mikhail Kamynin, disse que a usina não tem relação alguma com o programa iraniano de enriquecimento de urânio.
"A decisão pelo fim da cooperação com um país depende exlusivamente do Conselho de Segurança da ONU", disse Kamynin através de um comunicado. "Até agora, o Conselho não tomou nenhuma decisão no sentido de encerrar a cooperação com o Irã em energia nuclear", acrescentou.
Segundo o porta-voz, todo país tem o direito de decidir com quem e como deve cooperar, adicionando que o projeto de Bushehr "está sob total controle" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O secretário adjunto de Estado americano, Nicholas Burns, disse na quarta-feira a repórteres em Moscou que os Estados Unidos haviam pedido para que os países encerrassem a cooperação com o Irã, incluindo o trabalho na usina de Bushehr.
Burns afirmou ainda que os países devem encerrar todas as exportações de armas para Teerã. A Rússia fornece sofisticados mísseis aéreos para o governo iraniano.
O governo americano tem pressionado medidas duras por causa da recusa iraniana em suspender seu programa de enriquecimento do urânio. Washington acredita que o programa nuclear iraniano tem propósitos bélicos.
O Chefe de energia atômica da Rússia, Sergei Kiriyenko também reagiu negativamente ao pedido americano. Kiriyenko disse que os trabalhos russos na construção da usina de US$800 milhões "cumprem todos os acordos e normas internacionais".
Ainda nesta quinta-feira, vice-chanceler russo Sergei Kislyak disse que Moscou irá esperar pelo relatório do chefe da AIEA, Mohamed El Baradei, na semana que vem antes de tomar qualquer decisão sobre o programa nuclear iraniano.
A agência ITAR-Tass citou uma fonte iraniana afirmando que uma delegação liderada pelo vice-secretário do Conselho de Segurança Nacional do Irã, Javad Vaidi, se encontraria na quinta-feira com diplomatas russos.
Segundo a agência, os russos informariam os iranianos sobre os resultados da reunião entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança nesta semana em Moscou.
O porta-voz do Ministério do Exterior disse que não tinha informações sobre tal reunião e o Conselho de Segurança do Kremlin afirmou não estar envolvido.
Enviados do chamado UE-3 - Reino Unido, França e Alemanha - se reuniram por pelo menos duas horas em Moscou na quarta-feira com o vice-secretário do Conselho de Segurança Nacional do Irã, mas houve pouco progresso.
Burns salientou que todos os participantes estavam de acordo em impedir o Irã de obter capacidade nuclear mas não chegaram a um acordo sobre os meios para isso. Ele se negou a informar quais países não apoiaram as possíveis sanções.
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4/12/2006

Irã começa a enriquecer urânio

O Irã conseguiu enriquecer urânio a 3,5%, o nível necessário para a produção do combustível nuclear, anunciou nesta terça-feira o chefe da Organização Iraniana de Energia Atômica, Gholamreza Aghazadeh, em discurso transmitido pela televisão estatal.
O Conselho de Segurança da ONU havia estabelecido um prazo de trinta dias - até 28 de abril - para que o país cumprisse as exigências da AIEA, que, entre outras coisas, pede o fim das atividades de enriquecimento.
"No dia 9 de abril conseguimos enriquecer urânio a 3,5%", declarou Aghazadeh ante o presidente iraniano, o ultraconservador Mahmud Ahmadinejad, e vários líderes políticos e militares na cidade santa de Machhad (nordeste).
O anúncio foi feito 15 dias antes de expirar o prazo dado pelo Conselho de Segurança da ONU ao Irã para que detenha seu programa de enriquecimento - um processo que pode ser ampliado para produzir a bomba atômica.
O Irã insiste em que deseja apenas produzir energia nuclear, mas os países ocidentais suspeitam de que o país pretenda fabricar armas nucleares. "Isso abre o caminho para o enriquecimento em nível industrial, e tentaremos criar, antes do fim do ano, um conjunto de 3.000 centrífugas", acrescentou.
Ahmadinejad havia declarado, pouco antes, que o "Irã passará a integrar em breve o clube dos países que possuem a tecnologia nuclear", segundo a rede de TV.
Além disso, pediu às "autoridades nucleares que acelerem seu trabalho para produzir combustível para as (futuras) centrais nucleares".
O ex-presidente iraniano e atual presidente do 'conselho de discernimento', Akbar Hachemi Rafsanyani, anunciou nesta terça-feira que o Irã pôs em funcionamento uma unidade de 164 centrífugas de enriquecimento de urânio em Natanz (centro), segundo a agência kuwaitiana Kuna.
"Temos que continuar nossas atividades para ter uma unidade industrial. Necessitamos de dezenas desses instrumentos para conseguir uma fábrica de enriquecimento de urânio", acrescentou o ex-presidente.
Ele comentou que assim que o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, chegar ao Irã, haverá uma nova situação.
ElBaradei viajará ao Irã na quinta-feira para se reunir com as autoridades iranianas sobre o programa nuclear.
Os Estados Unidos reagiram imediatamente ao anúncio, advertindo que o Irã "vai pelo caminho equivocado". Um diplomata estrangeiro disse que o anúncio, se verdadeiro, significa que o Irã deu um "salto tecnológico" e está avançando muito mais rápido do que se pensava. Se for verdade, isso significa que eles estão indo mais rápido do que pensávamos.
Isso representa um salto tecnológico adiante, porque é mais importante aprender pesquisa e desenvolvimento do que promover o enriquecimento industrial", disse o diplomata que serve em Teerã, e que pediu para não ser identificado.
Alguns países ocidentais advertem que o Irã não deve ter conhecimento do processo sensível, mesmo para fins pacíficos, o que permitiria ao país ter capacidade de desenvolver uma bomba nuclear.
http://www.noolhar.com/internacional

4/10/2006

EUA já planejam ataque militar contra Irã

O governo dos Estados Unidos planeja atacar as instalações nucleares iranianas de Natanz, inclusive com o emprego de armas nucleares, afirma a revista "New Yorker", em sua edição desta semana. Uma fonte citada pelo semanário disse que os planos do Pentágono são “enormes, febris e operativos”, com um objetivo central: derrubar o governo iraniano e alterar a estrutura de poder no país através da guerra.
O artigo, escrito pelo jornalista Seymour Hersh, diz que o presidente George W. Bush considera o novo líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, um “Adolf Hitler em potencial”. O primeiro sinal sobre o ataque teria sido dado em março deste ano quando a Casa Branca relançou a doutrina de ataques preventivos, segundo a qual os EUA se atribuem o direito de atacar qualquer país caso considere-o um risco potencial. O Irã é a bola da vez, garante o articulista da "New Yorker".
A administração Bush, diz Seymour Hersh, enquanto advoga publicamente meios diplomáticos para resolver a crise com Teerã, já está realizando atividades clandestinas dentro do território iraniano e acelerando o planejamento para um grande ataque aéreo ainda esse ano. Comandos da Força Aérea norte-americana já teriam sido infiltrados em solo iraniano para identificação de alvos e estabelecimento do contato com grupos de oposição ao governo de Ahmadinejad.
Hersh cita uma declaração feita por Patrick Clawson, especialista em assuntos iranianos e conselheiro da Casa Branca: “a administração Bush está realizando esforços diplomáticos, mas o Irã não tem outra escolha – ou aceita a demanda de interromper o seu programa militar ou terá que enfrentar um ataque militar”. Levando e conta a disposição de Teerã de não ceder às pressões de Washington a questão não é mais se ocorrerá ou não um ataque, mas sim quando ele se dará.
UMA GUERRA PRÉ-ELEITORAL?
A nova versão da Estratégia de Segurança Nacional, divulgada em março, identifica claramente o governo de Teerã como o principal adversário dos EUA hoje. “Não enfrentamos nenhum desafio maior do que aquele representado por um só país, o Irã”, diz o texto de 48 páginas, apresentado pelo conselheiro de Segurança Nacional, Stephen Hadley.
O analista político Piotr Goncharov, da agência de notícias russa Novosti, avalia que, caso os planos de ataque estejam de fato em marcha, a data mais provável de sua execução seria entre os meses de setembro e outubro deste ano. Em novembro serão realizadas eleições para o Congresso norte-americano e a administração Bush contaria com o ataque para uma vitória expressiva dos republicanos. E o governo iraniano, segundo Goncharov, está levando muito a sério essa possibilidade e também começa a se preparar para a guerra. Em março, promoveu exercícios navais de grande envergadura, intitulados “O Grande Profeta”, e apresentou novas armas de seu arsenal.
Testou com sucesso, por exemplo, o míssil anti-aéreo “Misag 1”, dotado de um sistema de orientação térmica com capacidade de mudar de direção em alta velocidade. Também apresentou o míssil terra-mar “Kousar”, de médio alcance, dotado de sistemas de busca e guiado à distância que não pode ser destruído por instrumentos de guerra eletrônica. E testou ainda o míssil balístico “Fajr 3”, invisível para os radares, e o torpedo “Hut”, capaz de desenvolver uma velocidade de 100 metros por segundo na água.
Ao anunciar o êxito das manobras e dos testes, o governo iraniano quis mandar um recado ao mundo e, particularmente, aos EUA: “o menor atentado contra os interesses do Irã no Golfo Pérsico será rechaçado prontamente desde água, terra e ar”. Teerã pretende demonstrar, segundo Goncharov, que controla o setor do Golfo Pérsico por onde passa 80% do petróleo extraído na região, ou seja, o estreito de Ormuz.
A FORÇA DOS EUA NA REGIÃO
Mas os EUA e seu principal aliado na região, o governo de Israel, não acreditam, segundo o analista russo, que Teerã possa fazer frente a uma ofensiva militar. Contam, ao fazer esse diagnóstico, com sua superioridade militar. Os EUA dispõem hoje naquela área de seis grupos navais, comandados por porta-aviões, seis deles baseados diretamente no Golfo Pérsico e outros dois na costa sul do Mediterrâneo. Cada um destes grupos possui de 80 a 90 aviões de última geração, contra os 360 aviões já ultrapassados de que dispõe a Força Aérea do Irã. Segundo especialistas militares, de 40 a 60% das aeronaves iranianas apresenta problemas técnicos. Essa correlação de forças, diz Goncharov, garantiria aos EUA o domínio aéreo em toda a região do Golfo Pérsico, como aconteceu durante a invasão do Iraque.
O Irã, ainda na avaliação do analista russo, tenta ganhar tempo para retardar o máximo possível o que parece ser inevitável: a adoção de sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que daria aos EUA um “pretexto legal” para lançar um ataque contra Teerã. O governo iraniano tenta convencer a comunidade mundial e a Agência Internacional de Energia Atômica que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
EUA e Israel, no entanto, não acreditam nisso e afirmam que o Irã está correndo rapidamente para dominar o processo de enriquecimento de urânio e produzir armas nucleares. Os dois países já disseram com todas as letras que não permitirão que isso ocorra. E o governo iraniano parece não ter dúvidas sobre a realidade dessa ameaça e também dá claros sinais que se prepara para a guerra.
NÃO HÁ CAUSA PARA GUERRA, DIZ CHANCELER BRITÂNICO
Neste domingo (9), o jornal iraniano “Jomhuri Eslami” informou que um avião espião não-tripulado foi derrubado na fronteira com o Iraque. “O avião decolou do território iraquiano e filmava a região fronteiriça”, afirmou o jornal. Em Londres, o ministro britânico das Relações Exteriores, Jack Straw, rechaçou a idéia de que uma operação militar contra o Irã já estaria em marcha. “Vamos ser claros. Não há ‘casus belli’ (justificativa para uma guerra). Não podemos estar seguros das intenções dos iranianos em matéria militar, por isso não há fundamento para que alguém decida uma ação militar”, disse Straw em uma entrevista à rede BBC.
Nos EUA, no entanto, o jornal “Washington Post”, citando analistas militares independentes, disse que o Pentágono e a CIA já estudam possíveis alvos iranianos, como a usina de enriquecimento de urânio de Natanz e as instalações de conversão de urânio de Ispahan. Considerando o comportamento das autoridades britânicas e norte-americanas no período que anteceu a segunda guerra do Iraque, as declarações oficiais perderam totalmente a credibilidade. A multiplicação de matérias e artigos na imprensa internacional tornam cada vez mais altas as batidas dos tambores para mais uma guerra no Golfo Pérsico, de conseqüências imprevisíveis.
http://agenciacartamaior.uol.com.br

4/03/2006

Pentágono libera transcrições de audiências em Guantánamo

WASHINGTON - O Pentágono liberou nesta segunda-feira o segundo lote das transcrições das audiências de detentos da base naval de Guantánamo, em Cuba. Os documentos, até então confidenciais, devem revelar detalhes sobre quem esteve preso na base americana e por quais motivos.
O porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman, disse em Washington que os documentos foram liberados em resposta ao processo instaurado pela agência de notícias Associated Press.
As transcrições são o segundo de dois lotes de documentos liberados. Elas contém os nomes e outros detalhes dos detentos presos na base americana em Cuba, que começou a receber homens capturados durante a "guerra contra o terror" há mais de quatro anos.
Nas 2.733 páginas de documentos, muitos presos declaram-se inocentes enquanto membros do tribunal tentam encontrar brechas em suas histórias.
Cerca de 700 prisioneiros passaram pelas celas de Guantánamo. Segundo Whitman, 490 homens permanecem presos na base.
O porta-voz disse a repórteres que as autoridades aprenderam muito interrogando os detentos, que são mantidos em celas protegidas por arame farpado. "Aprendemos sobre a busca da Al-Qaeda por armas de destruição em massa. Aprendemos sobre seus métodos de recrutamento e localização de centros de recrutamento".
Faltam evidências
Mas a leitura dos documentos não mostra fundamento para essas afirmações. Na verdade, as audiências serviram apenas para determinar se o preso constituía uma ameaça para os Estados Unidos.
Cada um dos detentos que participou das audiências era classificado previamente por outras instâncias em Guantánamo, como o Tribunal de Revisão de Status de Combate, que definia se o prisioneiro era "um combatente inimigo", ou seja, se ele lutava contra o exército americano e seus aliados em apoio ao regime taleban, à Al-Qaeda e forças associadas.
Caso ele fosse taxado como tal, estaria sob uma classificação que concederia menos proteção legal que as oferecidas aos prisioneiros de guerra sob a Convenção de Genebra. Para grupos de direitos humanos, no entanto, essas classificações poderiam ser definidas como vagas.
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo