Juiz que julga Saddam apresenta renúncia devido a pressões
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Por Mariam KarounyBAGDÁ (Reuters)
- O principal juiz do julgamento de Saddam Hussein apresentou a sua renúncia em protesto pelas pressões que o governo iraquiano vem fazendo sobre ele e sobre a corte, disse uma fonte próxima ao magistrado à Reuters neste sábado.
Autoridades judiciárias estão tentando convencer o juiz curdo Rizgar Amin a voltar atrás, afirmou a fonte, acrescentando que Amin relutava em ficar porque líderes xiitas haviam o criticado por ser muito leniente com Saddam no tribunal.
"Ele apresentou a sua renúncia à corte poucos dias atrás, mas a corte a rejeitou. Agora, estão acontecendo negociações para convencê-lo a voltar atrás", afirmou ele. "Ele está sob muita pressão, a corte inteira está sob pressão política." "Ele recebeu reclamações do governo de que ele estava sendo suave demais ao lidar com Saddam Hussein. Eles (líderes do governo) querem que as coisas andem mais depressa", completou.
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Representantes do Tribunal não estavam disponíveis para comentários. Um funcionário da corte que está julgando o ex-líder iraquiano e mais sete pessoas por crimes contra a humanidade afirmou: "Nós aqui simplesmente não sabemos o que está acontecendo."
PROBLEMAS NO JULGAMENTO
O assassinato de dois advogados de defesa já havia mostrado os problemas com o processo no país que vive quase uma guerra civil. A minoria sunita, que apoiava Saddam, opõe-se à tentativa do atual governo, patrocinado pelos Estados Unidos e composto por curdos e xiitas, de enforcar o homem que eles dizem ter massacrado os seus povos.
O primeiro de uma esperada série de julgamentos lida com as mortes de mais de 140 xiitas da cidade de Dujail, após uma tentativa fracassada de lá se assassinar Saddam em 1982.
Já há um precedente no julgamento, que começou em 19 de outubro, para substituir um dos integrantes do painel de cinco juízes. Em princípio, então, a saída de Amin pode não causar grande comoção; um juiz desistiu para evitar um potencial conflito de interesse.
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A fonte próxima a Amin afirmou que o juiz estava envolvido em 14 casos em preparação contra Saddam, incluindo o da campanha de Anfal contra os curdos, em 1987 e 88.
Amin, de 48 anos, afirmou à Reuters em novembro que a sua família estava preocupada com ele, e que ele tinha dois guarda-costas, devido à pressão dos amigos. Amin, contudo, enfatizou: "Um juiz não pode nunca ter medo."
Apenas um dos cinco juízes se deixou ser filmado, e muitas testemunhas têm falado atrás de uma tela e com as vozes distorcidas.
Após depoimentos no mês passado, Amin foi criticado por alguns observadores por deixar Saddam fazer alegações como a de que estava sendo maltratado pelos norte-americanos.
O juiz rejeitou as críticas e insistiu que a defesa tem de ter um espaço justo para falar no julgamento.
Reuters - 15:40 - 14/01/2006 http://noticias.aol.com.br/mundo/fornecedores/rts/2006/01/14/0005.adp
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