2/26/2006

ONU manda Israel parar

Kofi Annan está preocupado com o aumento das operações militares de Israel em Gaza e na Cisjordânia e com os ataques palestinianos a objectivos israelitas. Mahmud Abbas quer que o Conselho de Segurança da ONU pressione Israel a pôr termo às ofensivas militares.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, expressou uma “enorme preocupação” com a escalada das operações militares israelitas em Gaza e na Cisjordânia. Em comunicado, Annan mostrou-se constornado com as mortes, causadas pelas recentes incursões militares de Israel, de palestinianos, especialmente civis. Também revelou preocupação com o aumento dos ataques com foguetes por parte dos militantes palestinianos contra objectivos israelitas.
Annan reiterou o seu apelo às partes em conflito “para que cumpram com as suas obrigações à luz do direito internacional, em particular, garantindo a protecção da população civil, tanto de palestinianos como de israelitas”.
O presidente da Autoridade palestiniana, Mahmud Abbas, pediu sexta-feira uma reunião urgente do Conselho de segurança da ONU para pressionar Israel a pôr termo de imediato às ofensivas militares na Cisjordânia e Gaza.
O movimento radical islâmico Hamas liderará o novo Governo da Autoridade Palestiniana depois de vencer com maioria absoluta nas eleições legislativas de 25 de Janeiro.
Numa entrevista sexta-feira ao canal 10 da televisão israelita, Abbas afirmou que é ele quem traça a política palestiniana e que está disposto em qualquer altura a dialogar com Israel sobre qualquer matéria e lembrou que o dirigente do Hamas e indigitado futuro primeiro-ministro palestiniano, Ismail Haniye, não figura na lista de militantes e dirigentes palestinianos procurados por Israel.
Entretanto, George W. Bush pressionou o Hamas, vencedor das legislativas palestinianas, a desarmar-se, reconhecer Israel e empenhar-se em manter as promessas eleitorais, advertindo-o de que é mais fácil cometer atentados suícidas do que fazer política.
“É mais fácil ser um mártir do que presidente de uma câmara ou ministro”, declarou George W. Bush em Washington, numa advertência implícita ao Movimento de resistência islâmica sobre as dificuldades que este terá em manter as suas promessas sem a ajuda financeira internacional, incluindo a dos Estados Unidos.
“Os dirigentes do Hamas têm uma escolha a fazer. Se quiserem ajudar os Estados Unidos e a comunidade internacional a construir um Estado palestiniano próspero e independente, devem reconhecer Israel, desarmar-se, rejeitar o terrorismo e trabalhar para uma paz duradoura”, defendeu. “O mundo aguarda para ver que escolha fará o Hamas”, acrescentou.
http://www.oprimeirodejaneiro.pt