12/31/2005

Europeus criam alternativa ao GPS

O satélite Giove-A, primeiro desenhado no âmbito do sistema europeu de navegação por satélite, nomeado de Sistema Galileu, é um marco na história do projeto. O sucesso do lançamento, impulsionado pelo foguete russo Soyuz, na madrugada deste dia 28/12, significa sair da teoria e entrar na prática.
Depois que todos os 30 satélites (três são de reserva) estiverem funcionando, os europeus pretendem, em 2008, declarar independência dos sistemas GPS, norte-americano, e Glonass, russo. Diferentemente desses dois, controlados por militares, o Galileu será o primeiro em escala mundial sob comando de civis.
O Giove-A (o termo, Júpiter em italiano, tanto é uma homenagem ao astrônomo que foi o primeiro a observar as luas do planeta como corresponde às iniciais, em inglês, da expressão "elemento de validação em órbita de Galileu") será lançado de Baikonur, histórica base instalada no Cazaquistão. Construída pelos soviéticos em 1955, foi de lá, por exemplo, que partiu em 1961 o russo Yuri Gagarin, o primeiro homem a orbitar a Terra.
Desde o início dos 1990, a Europa sonha em ter seu próprio sistema de posicionamento global. O atual projeto, dirigido pela Comissão Européia em termos políticos e pela Agência Espacial Européia em termos técnicos, já sofreu alguns atrasos em seu cronograma inicial. Como, além de outras características, o Sistema Galileu será compatível com os demais, inclusive com os militares, existe também uma expectativa comercial grande por parte dos dirigentes europeus.
Com a capacidade de enxergar em tempo real um ponto qualquer na Terra com precisão de 1 metro, o Galileu, que custará cerca de 3,2 bilhões de euros, poderá oferecer uma gama enorme de serviços. O plano de negócios prevê que, em 2020, quase 3,6 bilhões de pessoas poderão estar usando, de alguma forma, o sistema. Por terra, água ou ar.
A Comissão Européia está em discussões com diversos países que desejam participar do Sistema Galileu, como Brasil, Austrália, Índia, México e Marrocos.
Entre as operações previstas para serem feitas pelo Giove-A está o teste da tecnologia do relógio atômico de alta precisão, considerado em termos tecnológicos um dos grandes avanços do Sistema Galileu. O equipamento varia, por dia, menos de 1 milionésimo de segundo. Todos os satélites estarão equipados com esses medidores atômicos do tempo.

Mundo comemora Ano Novo sob preocupação com segurança

Folha Online
O mundo se prepara para receber 2006 ainda sob o impacto de um ano atravessado por atentados terroristas e catástrofes naturais que monopolizaram as manchetes da imprensa internacional.
Na Austrália, um dos primeiros países a comemorar a chegada de 2006, centenas de milhares desfilaram pelas ruas da capital Sidney, perto da famosa casa de ópera, para admirar os tradicionais fogos de artifício que foram lançados à meia-noite local.
Pelo menos 1.700 policiais patrulharam ruas e praças da capital, cujos subúrbios foram cenário no início desse mês de atos de violência racista entre australianos e jovens imigrantes.
Em Hong Kong, as demonstrações pirotécnicas também deram o tom das comemorações, justamente no país que detém o recorde mundial em queima de fogos, segundo o Guiness.
Na capital chinesa (Pequim), campanhas e tambores soaram por 108 vezes à meia-noite, seguindo uma tradição budista que atribui ao número o poder de afastar as desgraças.
No Japão, a população lotou os templos espalhados pelo país para participar de cerimônias para receber 2006, em um público estimado de 100 milhões de visitantes. Outros escalaram o monte Fuji, símbolo nacional, para verem os primeiros raios de sol do novo ano.
Outro costume nacional também monopolizou a atenção dos japoneses, que se reuniram ao redor da TV para acompanhar o campeonato de luta profissional.
Reforço na segurança
Em paralelo à alegria das comemorações, o que prevaleceu ao redor do mundo foram as preocupações com a segurança, devido à perspectiva de novos atentados terroristas, em um mundo já rescaldado com a tragédia do metrô londrino em julho.
Essa preocupação foi reforçada com um dos atentados terroristas do ano. Na Indonésia, uma bomba explodiu em um mercado cristão localizado em Palu, na província de Sulawesi, o que provocou a morte de 8 pessoas e feriu outras 45, que faziam suas compras para as comemorações do Ano Novo. O mercado era ponto de venda de carne de porco, vedada para os muçulmanos.
A explosão ocorreu em uma região marcada por conflitos entre muçulmanos e cristãos nos últimos anos. Grupos insurgentes ligados à Al-Qaeda, responsabilizada pelos atentados de 11 de setembro nos EUA, fizeram repetidos alertas que planejavam atentados na passagem do ano.
Em Bangladesh, pelo menos 5 mil policiais faziam a revista de carros e patrulhavam as ruas da capital, que foi sacudida nas últimas semanas com atentados a bomba por extremistas islâmicos que provocaram a morte de pelo menos 26 pessoas.
O Ano Novo da Ásia também foi obscurecido tragédia do terremoto de 7,6 graus em outubro na Caxemira, que desabrigou milhões de pessoas e provocou a morte de pelo menos 87 mil pessoas. No Paquistão, o exército lutava para transportar provisões para os desabrigados pelo terremoto, já que a passagem do ano prometia chuva e neve na região.
Em Jerusalém, o governo israelense reforçou a segurança em toda a cidade, pelo temor de atentados palestinos, já que a festa de final de ano coincide com a festa judaica do Hanukkah. A polícia aumentou o nível de controle dos acessos à cidade, assim como na linha de demarcação com a Cisjordânia, bloqueada após dois atentados terroristas.
Os meios de comunicação palestinos informaram de pelo 50 alertas relativos a preparação de ataques por grupos armados palestinos.
Europa
O temor de novos atentados terroristas também era visível na Europa e nos EUA, que reforçaram suas medidas de segurança. O primeiro-ministro britânico Tony Blair mencionou neste sábado, em seu discurso de final de ano, os atentados do dia 7 de julho, que tiveram um saldo de 56 mortos e 700 feridos.
"Não enfraqueceremos nossa determinação ante os perigos que estamos confrontando tanto no interior do país, como ilustram tragicamente os atentados de 7 de julho, como no estrangeiro", disse ele.
Além do temor com possíveis novos atentados, o Ano Novo dos londrinos também será obscurecido por uma greve dos funcionários do metrô. Os funcionários iniciaram sua paralisação de 24 horas por volta do meio-dia.
Pelo menos 22 estações de um total de 275 cerraram suas portas devido a greve, entre elas a de Convent Garden, em pleno centro da capital e onde se concentram os teatros e discotecas mais badalados de Londres.
Na França, um exército de 25 mil policiais foi mobilizado neste sábado para manter a ordem no Ano Novo. A polícia francesa estava particularmente cautelosa neste ano devido às turbulentas manifestações de outubro, que abalaram o país por longas três semanas. O contingente, segundo o governo, é "um pouco maior" que o normalmente mobilizado nas passagens de ano.
Em outubro, imagens de carros queimando se tornaram comuns na França, com vários episódios de violência urbana nos bairros mais pobres da região parisiense.
Os espanhóis devem se concentrar na praça madrilena "Puera del Sol" para acompanhar as 12 badaladas do secular relógio e que marca o fim de 2005. O relógio preside a torre da Real Casa dos Correos desde 1865 e é considerado "muito preciso".
EUA e América Latina
No continente americano, os moradores de Nova York preparam uma homenagem especial para os voluntários e trabalhadores dos serviços de emergência, que enfrentaram neste ano a tragédia do furacão Karina em agosto.
Representantes dos bombeiros, da polícia, de entidades de auxílio, assim como o trompetista de jazz Wynton Marsalis (representante de Nova Orleans, a região atingida), terão a honra de anunciar a passagem do ano ao acionarem a tradicional esfera de luz do Times Square.
Na América Latina, peruanos, equatorianos e argentinos devem tomar as ruas das capitais com bonecos representando as principais figuras da classe política local.
Os peruanos, por exemplo, devem desfilar com fantoches representando o ex-presidente Alberto Fujimori, que governou o país com mão de ferro nos anos 90 e hoje se encontra detido no Chile e à beira da extradição para o Peru, onde enfrenta processo por corrupção.
Em Buenos Aires, a capital argentina, a população local deve queimar bonecos representando o atual presidente Néstor Kirchner mas também o presidente dos EUA George W. Bush.

Relatório vê operação atípica de amigo de Lula

MARTA SALOMONda Folha de S.Paulo
O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) registrou "operações atípicas" no valor de R$ 93 mil em nome de Paulo Okamotto, amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se apresentou como responsável pelo pagamento de uma dívida de R$ 29,4 mil de Lula com o PT.
O relatório não identifica indícios de lavagem de dinheiro e se limita a informar movimentações em uma conta de Okamotto no período de dois anos (de maio de 2002 a maio de 2004). Tarjas pretas cobrem parte do documento, encaminhado à CPI dos Bingos.
Segundo o relatório, Okamotto foi sócio-gerente da Red Star, que vende brindes do PT, até junho de 2003, quando já era diretor financeiro do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Em entrevista à Folha em agosto, o presidente do Sebrae disse que parte do dinheiro usado no pagamento da dívida de Lula poderia ter vindo dos negócios da Red Star. Desde então, se recusa a identificar as datas e valores dos saques que teria feito. Procurado ontem, Okamotto disse não dispor das informações.
A oposição suspeita que o dinheiro tenha vindo do caixa dois do PT operado pelo publicitário Marcos Valério de Souza.
A CPI dos Bingos analisa pedido de quebra do seu sigilo bancário para rastrear dados que confirmem ou não a versão apresentada por Okamotto.
Ele disse ter feito saques em contas em Brasília, São Paulo e São Bernardo do Campo e, em seguida, enviado o dinheiro à direção do PT para pagar a dívida, registrada na prestação de contas TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2003.
Segundo Okamotto, o pagamento teria sido em dinheiro a pedido do então tesoureiro petista Delúbio Soares. A dívida foi paga em quatro parcelas --entre dezembro de 2003 e março de 2004. Os depósitos, feitos em quatro agências do Banco do Brasil em São Paulo, estão no nome de Lula.
A dívida passou a ser investigada pela CPI dos Correios por conta de indícios de uso irregular do Fundo Partidário para pagar despesas de Lula.
A oposição investiga se o PT teria usado recursos de caixa dois para quitar a dívida. Em depoimento à CPI dos Correios em julho, Delúbio afirmou ser prática do partido emprestar dinheiro sem juros a dirigentes e ex-dirigentes. Ele não respondeu se a dívida foi paga com dinheiro do caixa dois operado por Valério.
Vinte dias depois de a dívida ter sido objeto de reportagem da Folha e permanecer sem explicação do Planalto, Okamotto assumiu a responsabilidade pelo pagamento, na condição de procurador nomeado por Lula para cuidar de rescisão de contrato com o PT.

Atentado mata oito pessoas em açougue na Indonésia

Folha Online
Um atentado a bomba dentro de um açougue deixou oito pessoas mortas neste sábado na cidade indonésia de Palu, situada na Província de Sulawesi (centro), região dividida pela religião. Pelo menos outras 48 pessoas ficaram feridas.
Testemunhas disseram que a explosão aconteceu no interior do açougue, onde se vendia carne de porco. Como a carne suína é proibida para os muçulmanos, a clientela do mercado era composta basicamente por cristãos.
A maioria dos clientes que estava no mercado na hora do explosão queria comprar carne de porco para as celebrações de Ano Novo. Entre os mortos estavam os donos do mercado. Os feridos foram removidos para hospitais próximos.
Yandri Tumiwa, um açougueiro que trabalha no mercado, disse à rádio ElShinta que os explosivos continham "pregos e pedaços de metal".
O porta-voz da polícia provincial, Rais Adam, disse que o esquadrão anti-bomba desativou um segundo artefato perto do local da explosão.
A polícia isolou a área da explosão: no local há uma igreja e uma casa usada como matadouro de porcos.
"Nós isolamos a área por causa do temor de outras bombas escondidas", disse um policial que não se identificou.
Na semana passada, os governos dos Estados Unidos e da Austrália advertiram a população residente ou em visita à Indonésia sobre o risco de atentados terroristas no país durante as festas de fim de ano.
O presidente Susilo Bambang Yudhoyono condenou o ataque e ordenou a abertura de uma investigação imediatamente, informou o porta-voz do governo, Andi Malarangeng.
A Indonésia é a nação muçulmana mais povoada do mundo, mas cristãos e muçulmanos vivem em áreas iguais em algumas zonas do leste da cadeia de ilhas, nas Povíncias de Sulawesi e Maluku.
No mês passado, o contingente policial da província de Sulawesi foi reforçado com 1.000 oficiais. O distrito de Poso e sua capital, Palu, foram alvo de vários ataques. Na cidade de Poso (centro) três cristãs foram decapitadas por homens encapuzados em outubro e várias bombas explodiram ou foram encontradas na região nos últimos anos. Em novembro, um casal cristão morreu nesta região, onde a violência inter-religiosa causou mais de mil mortes entre 2000 e 2001.

Dirceu diz a jornal argentino que lutará para reeleger Lula

estadão.com.br
Buenos Aires - O ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, declarou ao jornal argentino Página 12 que está "pronto" para voltar à arena e lutar para conseguir a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006. Dirceu sustentou que não existem provas do mensalão, e argumentou que o presidente Lula possui "50%" de chances de vencer a próxima eleição presidencial.
Dirceu minimizou as pesquisas que indicam que Lula poderia perder as eleições para o prefeito de São Paulo, José Serra: "Não é correto. Há pesquisas qualitativas nas quais pode-se ver que depois de oito meses de denúncias, suas chances continuam robustas. É um dado importante que o presidente, apesar do ´linchamento´, ainda mantenha 33% dos eleitores".
Em uma longa entrevista ao jornal, a primeira concedida a um meio de comunicação estrangeiro após ter perdido sua imunidade parlamentar, Dirceu descartou que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, possa ser o candidato do PT à presidência da República caso o presidente Lula não se apresente para a reeleição: "Palocci não será candidato".
No entanto, admitiu que se o PT escolhesse Palocci como candidato, o apoiaria: "Se o PT o escolher, eu voto nele".
Ariel Palacios

Bush define 2005 como "ano de firme progresso"

Estadão.com.br
Washington - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse hoje a seus compatriotas que a economia do país está saudável, e que os EUA, que conseguiram sucessos no Afeganistão e no Iraque, continuarão promovendo a "liberdade e a democracia". Em sua mensagem radiofônica de sábado, a última do ano, feita a partir de seu rancho em Crawford, no Texas, onde descansa nesse fim de semana, Bush disse que 2005 "foi um ano com firme progresso em direção a um mundo mais livre e mais pacífico, e para um EUA mais próspero".
"Neste ano vimos que o povo iraquiano desafiou os terroristas e teve três eleições bem-sucedidas, nas quais votou pelo único governo constitucional e democrático no mundo árabe", disse. "Também vimos o povo do Afeganistão eleger um Parlamento democrático", acrescentou o presidente. "Estes são lucros assombrosos na história da liberdade", afirmou Bush. "À medida que a liberdade e a democracia se arraigam em uma região tão conflituosa, melhoramos a segurança para os americanos aqui, em nosso país, e formamos os alicerces da paz para futuras gerações".
O presidente disse que "a estratégia completa para a vitória" inclui elementos de segurança, política e economia. "Nossa coalizão mantém a ofensiva, e procura e elimina o inimigo das cidades, povoados e aldeias iraquianas, e transfere mais controle às unidades iraquianas", disse.
As pesquisas de opinião mais recentes mostram que a popularidade de Bush tem subido um pouco. Entretanto, mais de 55% dos americanos ainda acham que foi um erro ir à guerra no Iraque, e que o presidente não tem uma estratégia que permita a retirada das forças americanas do país árabe. presidente também se referiu a assuntos de política interna dos EUA em sua mensagem, e sustentou que a economia do país "continua sendo (em 2005) a inveja do mundo".
EFE

Experiências Genéticas

Jornalismo > Jornal da Band
Experiências genéticas ilegais no Amapá16/12/2005 18:01O Ministério Público do Amapá investiga uma suspeita de biopirataria em uma pesquisa feita por instituições americanas com moradores de uma pequena localidade ribeirinha, o governo brasileiro proibiu a experiência, que deixou quase todos os participantes infectados com malária.