O refúgio de Osama Bin Laden
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Nos últimos 12 meses, autoridades da CIA e do Pentágono mudaram as declarações que fizeram durante três anos após os atentados de 11 de Setembro de 2001 — que Bin Laden estava escondido “nas áreas tribais na fronteira entre Paquistão e Afeganistão”. Agora dizem que ele “não tem sua base no Afeganistão”: Bin Laden está no Paquistão.
O que resta é a pergunta: O que estão fazendo os EUA e seu aliado, o Paquistão?
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“Temos lidado com uma figura que foi capaz de se esconder, mas está em fuga”, disse este mês a secretária de Estado Condoleezza Rice. Mas aqui no Paquistão a visão é outra. Bin Laden está bem protegido por amigos.
Antes do 11 de Setembro, a zona de influência de Bin Laden estava entre os pushtus no Afeganistão, que foi o centro do poder talibã. Os pushtus são o maior grupo étnico afegão e governaram o país por 300 anos. Nas fronteiras de hoje, milhões deles vivem no Paquistão, muitos na área tribal.
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Poucos pushtus afegãos ousariam traí-lo naquele tempo. Mas os tempos mudaram. A maioria dos pushtus afegãos agora querem os benefícios da paz: desenvolvimento, estradas e escolas. Os pushtus do Paquistão, ao contrário, se radicalizaram após o 11 de Setembro. E a rebelião dos talibãs e da al-Qaeda agora conta com os pushtus paquistaneses para recrutamento e logística.
A região de Bin Laden se estende por 3.200 quilômetros no cinturão pushtu, indo até as fronteiras com China e Irã. A região tem de áreas de deserto até montanhas cobertas de neve. Pouco povoada, dá a Bin Laden o santuário ideal.
A al-Qaeda ajudou na transformação do cinturão pushtu numa base extremista, mas ações de
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Em março de 2002, três meses depois da derrota do talibã, os EUA começaram a retirar tropas, satélites e aviões espiões para a guerra no Iraque. Quando as tropas paquistanesas entraram lá, em março de 2004, os extremistas estavam entrincheirados e mataram 250 soldados.
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A recente decisão de Washington de começar a retirar tropas do Afeganistão este ano reforçou a crença da al-Qaeda de que está vencendo. Depois de quase cinco anos, cada dia que Bin Laden continua vivo inspira mais os extremistas que o protegem.
AHMED RASHID é jornalista paquistanês e escreveu esta artigo para o “Washington Post”
http://oglobo.globo.com/jornal/mundo
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