China reprova decisão de Taiwan

O presidente chinês disse ontem que a decisão de Taiwan de abolir o Conselho para a Reunificação é “um passo perigoso”, numa rara crítica a Taiwan do líder supremo chinês, segundo a agência noticiosa oficial chinesa.“É um passo perigoso em direcção à independência de Taiwan,’” disse Hu Jintao, citado pela «Nova China».O seu comentário de condenação a Taiwan, inédito num presidente chinês, demonstra o profundo mal-estar que causou em Pequim a dissolução, ontem concretizada por parte do líder de Taiwan, Chen Shui-bian, da Comissão de Reunificação com a China e das directrizes de 1990 que guiavam os trabalhos para uma eventual reunificação.“É uma grave provocação à política de uma só China, universalmente aceite pela comunidade internacional, e para a paz e a estabilidade entre os dois lados do Estreito de Taiwan,” disse o presidente chinês.“Apesar da forte oposição dentro e fora da ilha, as autoridades de Taiwan seguiram o seu próprio caminho e decidiram terminar as funções do «Conselho de Reunificação Nacional» e a aplicação das suas directivas,” adiantou Jintao.O Gabinete dos Assuntos de Taiwan, tutelado directamente pelo conselho de ministros da China, definiu também ontem a decisão de Chen como um passo que “conduz Taiwan para o desastre e ameaça a paz regional.”Nesse contexto, o governo chinês exigiu ainda ontem que os Estados Unidos da América adoptem uma posição mais firme quanto à dissolução da Comissão para a Reunificação com a China por parte do governo de Taiwan, sobre a qual Washington tomou uma posição “morna”.“Insistimos com os Estados Unidos para que tenham um melhor entendimento da natureza séria e prejudicial das actividades de Chen Shui-bian,” disse em Pequim Liu Jianchao, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa de rotina.A ilha de Taiwan, que tem um governo próprio desde 1949 e reclama a independência da China, é vista por Pequim como uma província separatista, parte do seu território, e a unir a todo o custo com o resto do país, se necessário pela força.
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